O califa de Bagdá apresenta histórias fictícias de personagens históricos: Harun Al-Rashid e seu vizir, Djafar. Assim como se supõe que, de fato, acontecesse, os dois se vestem como mercadores para sair pelas ruas de Bagdá e observar a cidade a partir de outro ponto de vista. Em tal situação, eles se deparam com três acontecimentos inusitados: um cego que pede, além da esmola, a punição de um tabefe; um homem que maltrata uma égua na praça; e a casa de um cordoeiro que viveu um processo de grande enriquecimento. Diante de tais surpresas, a atitude do califa é sempre a mesma — é preciso saber mais, é preciso conhecer a narrativa dessas pessoas, porque, nas suas histórias, aquilo que nos parece estranho, espantoso e inusitado pode ganhar razão de ser.

Do ponto de vista da composição literária, o Livro das mil e uma noites, de onde foi retirado O califa de Bagdá,funde e reinventa dois gêneros diferentes: o hurafa, normalmente traduzido como fábula, e o samar, que seriam histórias apropriadas para o período noturno.

Antoine Galland, que veio de uma família pobre e perdeu o pai aos quatro anos, encontrou nos estudos do colégio de Noyon, custeados pelo diretor e por um cônego da catedral, uma possibilidade de fazer parte da vida da sociedade da corte. Em 1670, ele se tornou secretário do marquês de Nointel, acompanhando-o quando este se tornou embaixador em Constantinopla. Logo, Galland se tornou orientalista, especialista em línguas como persa, árabe, dentre outras, e numismata, isto é, especialista em medalhas, moedas e suas formas de cunhagem.

Nelson Macedo, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mestrado em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense, tem desenvolvido ao longo de sua carreira de pintor, teórico e ilustrador uma teoria acerca da perspectiva específica da arte sobre a reflexão acerca das formas e sobre a formação da imagem. É associado ao Ateliê Oruniyá, na Tijuca (Rio de Janeiro).

Carlos Heitor Cony publicou 17 romances, oito livros de crônicas, dois de contos, além de ensaios biográficos, livros de reportagem, obras infantojuvenis, dentre outros. Trabalhou, desde cedo como jornalista. Dedicou-se a cerca de trinta adaptações de narrativas clássicas, entre traduções e textos portugueses mais antigos.