O Desertor de Princesa conta a história de uma noite tensa na vida de quatro personagens: Nestor, o pai; Maria, a filha; Capitão Souza; e Antônio, o desertor. Em meio ao conflito entre o grupo armado pelos coronéis rebeldes e a polícia, morre Amaro, filho de Nestor e irmão de Maria, que entrou no conflito ao lado da polícia de João Pessoa. A pequena família vela a memória do filho perdido enquanto o Capitão Souza está à procura do desertor.

O texto de Suassuna lança luz sobre a violência que ronda a vida dos personagens e os diálogos da peça são reflexões sobre o sentido do conflito armado, que só traz sofrimento ao povo, sobre a posição do governo e sobre a vida no sertão do Nordeste.

Ariano Suassuna é mais conhecido por sua famosa peça Auto da Compadecida, que foi adaptada para a televisão e para o cinema. Mas sua obra e sua atuação profissional vão muito além dessa peça. Ele escreveu 15 livros entre romances e poesias e 18 peças de teatro. Desses, vários foram transformados em séries e filmes. Por essa produção tão representativa, em 1989, Ariano foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, e assumiu a cadeira nº 32 no ano seguinte.

Manuel Dantas Suassuna nasceu em Recife, em 1960.Antes de se dedicar à obra do pai (Ariano Suassuna) já maduro artisticamente, Manuel Dantas trilhou seu caminho profissional como pintor, desenhista, gravador, ceramista, diretor de arte e cenógrafo. Além de ter trabalhado em adaptações audiovisuais de Farsa da Boa Preguiça e Romance d'A Pedra do Reino, ambos textos de Ariano Suassuna, ele foi diretor de arte nos curtas-metragens Koster, Azul e Querença, e foi também parceiro do multiartista Antônio Nóbrega na direção de arte dos DVDs Lunático perpétuo e Nove de fevereiro.